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segunda-feira, 4 de julho de 2011

GUADALAJARA

Viva Guadalajara!
A cidade mexicana, capital do Estado de Jalisco, sede dos próximos Jogos Pan-Americanos, em outubro, se reinventa para o futuro mantendo sempre presente seu mítico legado histórico

Toda a história de Guadalajara, segunda maior cidade do México, com 4 milhões de habitantes, está condensada na Plaza de Armas. À primeira vista o lugar sugere tranquilidade, com seu belo coreto de ferro trabalhado, vindo da França. A movimentação no lugar fica por conta de duas paixões mexicanas: as tortillas - panquecas feitas de massa de milho, com diferentes recheios, assadas na hora - e os cactos. As plantas ficam expostas sob as arcadas onde são disputadas por colecionadores. Diz uma lenda que seriam índios transformados em vegetais espinhentos para proteger as montanhas.



A Praça de Armas resume a história e a arquitetura da cidade, cujo nome deriva do vocábulo árabe Wad-al-hidjard, que significa "rio que corre entre pedras". Há 480 anos, o espanhol Nuño Beltrán de Guzmán conquistou a região e nomeou-a em homenagem à sua cidade natal. Três praças adjacentes à Praça das Armas - Liberación, Laureles e Rotonda de los Hombres Ilustres - formam uma cruz latina cujo epicentro é a Catedral Metropolitana. A cruz marca a urbanização da cidade desde a sua fundação, em 1532. O centro histórico preserva o casario colonial e remete ao fausto espanhol dos séculos 18 e 19.


Desde a fundação, Guadalajara refere-se com orgulho à sua arquitetura monumental. Exemplos não faltam, como as construções neoclássicas do Palácio do Governo, de 1751, onde há murais de José Clemente Orozco Flores, e do Teatro Degollado, de 1866. Há também o Hospício Cabañas (ver PLANETA 464, págs. 52-53) e a Catedral da Imaculada Conceição, de 1561, com vitrais e órgão trazidos da França. Os jesuítas e governantes estavam decididos a construir obras que rivalizassem com o esplendor dos astecas, cujas ruínas de templos se acham presentes por todo o país.


Na página ao lado a barroca Catedral da Imaculada Conceição. Centenas de espécies de cactos são vendidas nas arcadas da Plaza de Armas. Acima, os vários tipos de pimentas que desafiam os turistas.


Vivam Zapata, Villa e Guadalajara


Guadalajara não foi palco de grandes batalhas na independência mexicana - elas ocorreram na região central, em cidades como Querétaro, Guanajuato e San Miguel de Allende. O México é um país que festeja sua independência em dose dupla: em 1810 se libertou da coroa espanhola e em 1910 derrubou a ditadura do general Porfirio Díaz e a oligarquia nativa de origem espanhola.

Foram dois banhos de sangue, 100 mil mortos na primeira insurreição e 700 mil na revolução de Francisco Madero, Pancho Villa e Emiliano Zapata. Da última, Guadalajara guarda cicatrizes, como a marca do balaço no relógio do Palácio do Governo, feita por um tenente de Villa, para alertar que o tempo, a partir daquele momento, seria marcado pelos ideais revolucionários. Quanto à história pré-hispânica, o endereço certo é o Museu Regional, na Plaza Liberación, com o segundo mais importante acervo de arqueologia do país. Há, entretanto, outra natureza a conhecer em Guadalajara, nos distritos de Tlaquepaque, Tonelá e Zapopan, onde se vive com mais intensidade as festas típicas, o folclore e a vibrante música dos mariachis. Tlaquepaque foi, desde 1542, um pueblo de artesãos. A elite espanhola construiu mansões na calle Real, ocupadas hoje por galerias de arte que abrigam lojas de artesanato, com destaque para cerâmica, tapetes, mantas, prataria e quadros que retratam camponesas com exuberantes trajes em explosão cromática. Também não se pode deixar de falar de outra atração jalisciense: o mercado. Novamente notase, ali, um desafio no ar, entre as civilizações da América e da Espanha, na arte de encantar os sentidos, agora pela culinária.
No Mercado Juárez se encontra outro componente da identidade mexicana: as pimentas. Frescas, secas, em rama, em sementes, e em pó, e em tonalidades que vão do laranja intenso, passando pelo vermelho acerejado, até o betume escuro, são um desafio aos turistas. Entre as mais piscosas (ardidas) estão a chili pikin, a chipotle, a morita e a yahualica. É no mercado, principalmente, que os brasileiros podem sentir o carinho do povo pelo país que, em 1970, consagrou, ali, seu futebol como tricampeão do mundo.









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