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sábado, 2 de julho de 2011

BASE NAVAL DE GUANTÁNAMO, EM CUBA

A história da Base Naval de Guantánamo, em Cuba, onde não existe piedade nem esperança.



                                      Guantánamo, mais de um século de disputas e interesses

Destroços do navio americano USS Maine, afundado em Cuba em 1898
                           
Ilustração de Batalha da Guerra Hispano-Americana de 1898. 4 meses de conflito Vitória americana

Em verde, os territórios ganhos pelos EUA ao final da Guerra Hispano-Americana,Porto Rico, Guam e Filipinas, além da independência de Cuba


No final do século XIX, os Estados Unidos começaram a demonstrar um forte interesse no Golfo do México. A proximidade com o Panamá, onde já existia a possibilidade de construção de uma passagem transoceânica, e a colônia de Cuba, uma das principais produtoras mundiais de açúcar, despertavam a cobiça norte-americana.


Em abril de 1898, o navio militar norte-americano USS Maine foi destruído em Havana, capital de Cuba, então uma colônia espanhola.


Vendo uma oportunidade de conciliar o incidente com seus desejos, o governo americano acusou a Espanha de ter sabotado o navio, e ordenou que a Espanha declarasse a independência cubana. A recusa espanhola provocou a Guerra Hispano-Americana, que terminou em Agosto do mesmo ano com a assinatura do Tratado de Paris, onde a Espanha cedia aos Estados Unidos as colônias de Porto Rico, Guam e Filipinas, e declarava a independência de Cuba.


Os cubanos, que consideraram a atitude americana um gesto de apoio à democracia, logo perceberam que o preço a pagar seria bem alto...


                                    Havana, capital de Cuba Uma cidade que parou no tempo
                                    Localização da Baía de Guantánamo em território cubano
                            
                                 Mapa da base americana de Guantánamo 120 km2 de território americano em plena "Ilha de Fidel"
                            
                                             Foto da Base em 1916. Barracas...


                  Foto da Baía de Guantánamo em 1927 Ancoradouro de boa parte da frota americana
                           
                                    Aviões americanos sobrevoando Guantánamo em 1961


                         Fidel Castro tentou tirar os americanos de Cuba por várias vezes Nunca militarmente...

Em 1903, Estados Unidos e Cuba assinaram um Tratado onde Cuba cedia aos norte-americanos por tempo indeterminado uma área de aproximadamente 120 km2 de terras e águas ao largo da Baía de Guantánamo, no sudeste cubano. Estava criada a primeira das muitas bases militares norte-americanas em solo estrangeiro.


Em 1934, outro tratado transformou a concessão do local em um "leasing", onde os Estados Unidos teriam que pagar cerca de US$ 4.085 anualmente pelo uso irrestrito da área, que só seria devolvida à Cuba caso os Estados Unidos concordassem unilateralmente em fazê-lo.


Com a Revolução cubana de 1953-1958, que colocou Fidel Castro no poder, Guantánamo passou a ser a mais incômoda lembrança "capitalista" na ilha, e muitas foram as tentativas castristas de retirar a base de seu território, sempre negadas pelas cortes internacionais.


Depois da Revolução, apenas um cheque americano pelo uso da baía de Guantánamo foi descontado (Em 1959, por engano, conforme informações cubanas). Várias décadas depois, os demais cheques foram mostrados sobre a mesa da sala de Fidel Castro.


           Fidel mostra os cheques não descontados dos pagtos americanos pelo "leasing" de Guantánamo


                                            Portões da Base de Guantánamo


            Bebê é retirado da base americana de Guantánamo, durante a Crise deos Mísseis em 1962

                                   Nunca estivemos tão perto de uma Guerra Nuclear

                                            Loja do McDonald's em Guantánamo

                                     Quem disse que não existe fast-food em Cuba?

                                  Foi durante o governo Bush, em 2002 que Guantánamo passou a receber prisioneiros de guerra e acusados de terrorismo.

Junto com a Revolução, todos os cubanos que trabalhavam na base foram impedidos de fazê-lo, transformando a Baía de Guantánamo em um pedaço do território americano, totalmente isolado do resto da ilha.


O momento mais tenso vivido por Guantánamo até hoje aconteceu durante a Crise dos Mísseis Cubanos em 1962, quando o mundo esteve mais próximo de uma Guerra Nuclear em toda a história. Foi feita uma evacuação emergencial de todos os civis na base, deixando todos os seus pertences, roupas, comida e casas abertas. Isto mostra o quanto estivemos próximos de uma Hecatombe Nuclear.


Este pequeno "microcosmos" do "american way of life" em um dos países mais fechados ao capitalismo provoca algumas situações inusitadas: Na base, há várias lojas de fast-food, como McDonald's, KFC e Pizza Hut. Pistas de Boliche e Cinemas também funcionam no local. Há relatos de que prisioneiros que colaboram durante seus interrogatórios com informações relevantes são presenteados com um "Mc Lanche Feliz", numa atitude "maquiavelicamente" humilhante.


Foi em 2002, durante o governo de George Bush que a Baía de Guantánamo tornou-se um Campo de Prisioneiros acusados de ações terroristas contra os Estados Unidos, principalmente de origem Afegã e Iraquiana. Os primeiros detentos foram transferidos depois que o Departamento de Justiça declarou que os Campos de Detenção de Guantánamo não estariam dentro da jurisdição legal norte-americana, e a resolução de que os terroristas, por não serem militares, não seriam beneficiários das resoluções da Convenção de Genebra.


Estas decisões transformaram Guantánamo na mais tenebrosa prisão do planeta, onde a tortura física e psicológica de seus prisioneiros não teria qualquer limite. O problema é que dezenas de prisioneiros da Baía de Guantánamo eram jornalistas ou pessoas que apenas estavam no local e hora errados, com a nacionalidade errada.


                                    Prisioneiro é levado por guardas em Guantánamo


As histórias de sofrimento interminável de pessoas que permaneceram anos nos Campos sem nenhuma prova concreta e foram liberadas como se nada tivesse acontecido já foram contadas em livros e documentários. São histórias de tortura, privação de sentidos, humilhação religiosa e sexual que deixariam os Inquisidores Espanhóis interessadíssimos.

                   Prisioneiros vendados e encapuzados sob o Sol cubano..Torturas físicas e psicológicas
                           Um cela que pode ser considerada "luxuosa" em Guantánamo

        No detalhe, foto da "Sala de Leitura"dos detentos. Observe que não há livros ou cartazes

Talvez a mais famosa delas seja dos "Tipton Three", 3 muçulmanos britânicos presos no Afeganistão que permaneceram por 2 anos em Guantánamo sofrendo as mais diversas humilhações, sendo liberados sem acusações em 2004. O mais famoso filme sobre o assunto, "The road to Guantanamo", conta a história dos 3 amigos.

                                                      "The road to Guantánamo"

                              Um tenebroso relato do que ocorre na mais cruel das prisões

Em 2009, Barack Obama acenou com a possibilidade de desativação da Base de Guantánamo, mais até o momento esta possibilidade não se concretizou. Há muito mais interesses envolvidos em Guantánamo do que boas intenções. Em Janeiro de 2011, ainda havia 171 prisioneiros nos Campos de Guantánamo


                               Ainda há 171 presos em Guantánamo, de mais de 40 nacionalidades


Enquanto isto, uma frase da "Divina Comédia"de Dante Alighieri poderia ilustrar bem o sentimento daqueles que pisam na Base de Guantánamo como prisioneiros: "Deixai toda esperança, ó vós que entrais."
                                                   Será que há "mocinhos" nesta história ?








 



 



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